“Não me vejo trabalhando fora da educação especial. Na verdade, não me vejo fora da Associação Juliano Varela”
“Para atuar na educação especial você tem que gostar, gostar é pouco, você tem que amar muito”, a frase dita pela professora Rosimeire Mathias, Pro Meire como é conhecida, pode parecer obvia, mas retrata fielmente o primeiro e principal requisito para um professor trabalhar na educação especial inclusiva. Com 45 anos de idade, Meire atua no magistério há 15 anos, 11 deles dentro da Associação Juliano Varela. A professora, que entrou na Associação como auxiliar de limpeza conta que o contato com os alunos a fez querer ser professora para atuar diretamente com este público que ela ama.
“Eu não me via só como a faxineira, eu me via com parte deles. Sempre perto, ajudando, cuidando”, relata a professora que não se vê trabalhando em outro lugar ou com outro público. “Não me vejo trabalhando fora da Educação Especial, na verdade, eu não me vejo trabalhando fora da Juliano Varela. Meu coração é da Juliano Varela”.
Além do amor, Meire salienta que para trabalhar com alunos especiais é preciso ter dom, pois além de ser professora é necessário também ser mãe e psicólogo, não só das crianças, mas também das famílias. “Você tem que passar segurança para mãe, passar segurança para a família. Então, não é só ser professora, você tem eu ter um olhar diferenciado para toda família. Acolher e entender esta família”, acrescenta Meire.
Nos 15 anos de profissão, Meire relata que o papel do professor de educação especial não pode ficar restrito a sala de aula. Os cuidados com os alunos devem ser constantes, não importa a idade. Professora nos dois períodos, ela leciona para a educação infantil de manhã e para uma turma mais velha a tarde e conta que já passou por situações muitos complicadas durante esses anos. “Já peguei ônibus toda suja, babada, molhada, pois temos que cuidar integralmente dos nossos alunos. Mas, isto nunca me fez desistir. Ao contrário, me dá mais e mais energia e vontade de continuar”, relata emocionada.
O amor de Meire pela educação especial inclusiva é tão grande que contagiou a família. Sua filha Juliana, que tinha apenas 5 anos quando Meire começou a trabalhar na Associação Juliano Varela, hoje segue os passos da mãe e é auxiliar de classe na escola.
Meire é dessas profissionais da educação que merece todo nossos respeito e carinho neste dia 15 de outubro. Um exemplo de amor e dedicação à educação e a inclusão.